quinta-feira, dezembro 07, 2006

«A Casa da Maffy - à espera...»

à espera de voltar a ver um sorriso sair arrancado dessa tua cara... à espera de ver uma lágrima rolar do canto do teu olho... uma lágrima de felicidade e de orgulho por estares cá, por viveres.
Seres em constante espera, não passamos disso, vivemos, morremos, sempre esperando... não espero que voltem a dizer-me o quão mórbida sou... sei o que sou, mas será que sei mesmo o que faço aqui?? Será que sabemos?? Como podemos ter tantas certezas nesta vida?? Não sei... de natureza, sou alguém indeciso, decidida a continuar a sê-lo. A minha filosofia não muda, mas vai alterando-se, até que ponto há diferenças em mim? E em ti? e no mundo???
Tenho de beber essas tuas lágrimas de orgulho da minha pessoa, embeber-me na felicidade que há na tua cara de viveres em mim e comigo. Mãe. Nunca vais ler isto... não tens paciência para leituras, muito menos em frente a um ecrã de computador... mas eu sei que sentes o que escrevo, sei que sentes a minha necessidade de me sentir admirada... por ti... como te admiro... tão diferentes e tão iguais, como é isto possível?? Mais um paradoxo da vida...



à espera que um dia o vento traga na sua brisa a minha voz interior ao teu ouvido, aquela que repete constantemente o quanto eu te Amo.


Amor... de filha... :)

Beijos,

Mafalda Borges

terça-feira, dezembro 05, 2006

«A Casa da Maffy - viver em paz - esquizofrenias de mafalda, ou será renata??»

merda
matem me
soou cobarde demais pa me matar a mim mesma
se calhar pork ja tou morta
tou farta disto
farta desta minha vida de rodopio q criei pa n pensar em mim
agr kero pensar em mim e n deixam
kero k pensem em mim e ja n ha kem keira
pork tda a gente se cansou
e eu cansada tou
merda!
___________
e pensar k eu era senhora da estrategia

senhora do plano
senhora k sabe os riscos k ker correr e k ate os provoca
virei senhora da confusao e n sei sair dst caminho sinuoso
abri o meu coraçao
e foi se a estrategia
foi se a ilusao
veio outro tipo de planos
n veio o amor nao
veio apenas a paixao
a paixao d momentos
estou farta de momentos
_____________________________________
deem me um vidro k eu parto

ja n aguento mais
a minha vontade é destruir tudo
destruir o meu trabalho
destruir me a mim mesma aos poucos
e depois destruição física
e puum...
acabou tudo

_________________________________________
estou calma agora

n reflicto
mas n choro tb
cansada provavelmente
assustada
bastante
assustada por nao estar a conseguir acompanhar este ritmo k escolhia
ssustada por n ter onde apoiar me
a vontade de desistir começa a ser grande.
a vontade de parar
cansada
lágrimas novamente
o q vai ser de mim??
preciso de alguem que me oriente
que me ajude a tomar esta decisao
ficar ou n ficar?
partir será solução?
desistir talvez?
muitas lágrimas
a calma foi-se novamente
grande vontade de fugir
para onde?
parti todos os meus refúgios
ja nem na minha mente os encontro
nem as suas memórias
estou perdida
vontade de gritar
de explodir e de ver os meus pedaços cairem sobre algo ou sobre alguem
talvez so assim as pessoas despertem
saibam que sou alguem
q tenho alma
q sou humana
serei egoista?
terei a minha visao nesse perfil tb distorcida
viagem ao passado
nao!merda,
o passado magoa muitoas coisas k fiz
os erros
ai...desespero
n me perdoo a mim mesma
sou um monstro?
os humanos erram...
eu errei com a consciencia d k estava a errar...
isso transforma-me em k??
vontade d acreditar num deus k apareça
perdoas.me?
n podes pois nao..so eu...
e eu n me perdoo
sou má
criança maquiavelica
bruxa
n kero ser mais
ser mais n kero
kero ser nada
nada existe?
confusa...peço: orientaçao
ninguem pode da la
esta tda a gente ocupada na merda das suas vidas
ninguem com paciencia pa ver afundar me em tempo real!
merda!______________________________________________________________________
raiva!

nojo!
bem feita
n tenho pena de mim,...
fiz por merecer
provokei o k keria em mim
raiva de mim
nojo de mim
imperdoavel k sou
humana k ja n kero ser
imperfeita
gostava d ser perfeita
cobarde...infelizmente sou e muito
sou ma
monstro
merecia morrer?por favor? ninguem pode tirar o dia para matar me??
oh sim tu ai...enganei te
menti te
usei te
gozei te
mata me agora
começa por tirar me a alma
ai desculpa, n uso disso
n tenho alma
n posso ter
sou ma
e os maus n tem alma
talvez n a keira ter
decifrei me???
esgotada!
merda!síncope cardiaca
n precisam d me matar
refuto a minha cura e assim em breve morrerei
falsa pudica!vais morrer vais!
espelho
voz dentro d cabeça
esquizofrenia
sensaçao de duplicidade (isto existe?)
abre a janela
falta ar aki dentro
morre....................................................
_________________________________________________________
silencio

kusturika
morte de certo
je t'aime? n esta musica n , neste momento mete nojo
__________________________________________________________
a paz devolvida por «devolva-me»a musica k vai traduzir me::



«rasgue as minhas cartas/e n me procure mais/ assim sera melhor meu bem/ o retrato k eu t dei/ se ainda tens n sei/ mas s tiver devolva me/ deixe me sozinho/ pork assim eu viverei em paz/ kero k sejas bem feliz junto do seu novo rapaz/ rasgue as minhas cartas e n me procure mais/ assim vai ser melhor meu bem/ o retrato k eu te dei/ se ainda o tens n sei/ mas se tiver DEVOLVA ME.........»




mafalda borges
05/12/2006

domingo, outubro 08, 2006

«A Casa da Maffy»

****

Para ti...

queixaste-te que já não escrevia há muito... hoje espera-me uma noite longa em frente ao computador a trabalhar e por isso antes de voltar-me novamente para o trabalho de marketing e para os artigos do jornal, decidi parar aqui neste bloco de notas e posteriormente lançar isto no blog...

Vamos ver o Peter Pan on ice? OU tens medo que a Sininho voe para longe?? Talvez com o Capitão Gancho quiçá??

Há muito que não me sentia como me sinto hoje... exausta mas realizada...Hoje escrevo novamente para ti, o meu destinatário especial (sem tirar o lugar a ninguém)...
Escrevo porque tens-te mostrado totalmente mudado... abriste-me uma porta totalmente nova na tua vida e todos os dias me surpreendes...

Confesso que já sentia saudades de uma noite em frente a este ecrã... ainda por cima a noite está como eu gosto... O que me faz lembrar muita coisa...

Vou ter saudades tuas... das nossas conversas... Vais para longe amigo e isso custa sempre... a minha vontade era partir contigo, vais para um sítio que eu amo e onde sei que uma vida me espera, mas ainda tenho um longo caminho por aqui por estas terras... terras que já não me interessam tanto, onde o meu fascínio é apenas histórico e paisagístico, onde nada me atrai e nada me prende.

E agora vou lançar este texto... nada de especial, um pequeno desabafo porque não me apetece descrever as lembranças que todo este ambiente me traz, porque não me apetece pintar a minha vida nem actualizá-la... às vezes fazer uma "pausa kit-kat" sabe muito bem...

Um beijo
Mafalda
08-10-2006

quarta-feira, julho 19, 2006

«A Casa da Maffy»

-- shadow --

Hoje vinha da minha pequena saída depois de jantar.. um café rápido e de volta casa para tomar conta da minha mãe e pelo caminho, vi-o.Ei-lo com uns olhos doces colados em mim... eu sorri, era Shadow.. já o conheço, mas nunca tivemos uma empatia tão grande. Nos últimos dias tenho andado muito mais sensível, primeiro foi a discussão com Goofy, deixou-me de rastos. O fim da história. Um ciclo que terminou e que não resta mais espaço para tentativas. Penso no que deixei para trás... wally.. matemático isto... enfim...

Voltando a Shadow... não resisti àquele olhar doce.. sweet eyes, sweet soul... não sei se sou assim... uma vez disseram-me que tinha o meu coração cheio de bondade, que lutava pelos outros, travava sozinha lutas que não eram minhas, hoje já não sei até que ponto isso será verdade, sinto-me fraca, não apenas de coração mas de alma. Mas shadow deve ter encontrado algo em mim que lhe agradou e os nossos amigos de quatro patas vêem as almas, talvez ele na minha tenha lido a falta de rumo que sinto. Perdi goofy, perdi wally e ao entrar em casa perdi shadow...

Não posso mentir... nesta vida já ganhei tanta coisa... mas não sou feliz... neste momento não o sou porque não estou estável e também porque não tenho quem defender, não tenho lutas a travar por outros e isso cansa-me... Não sei centrar-me apenas no meu eu... simplesmente não consigo. Sei que estou bem quando passo dias como hoje em que não parei... arrumei uma casa, cuidei de minha mãe, tive tempo para ouvir os amigos, mostrando sua felicidade, isso faz-me bem, dá-me vontade de viver e deixar a ideia de cortar os pulsos de lado... Na verdade tive tempo para passar um bocado da tarde a brincar com Maria... uma das minhas sobrinhas. Tive tempo novamente de cozinhar, de ver a minha agenda do jornal, de passear a cadela, tive tempo de viver.

Shadow mostrou-me que tenho rumo, que não estou perdida, porque estou a viver, no entanto sinto falta de goofy, sinto falta de wally, que continua magoado comigo. Não entendo porque continuo impulsiva. Mas talvez ainda não tenha que entender. Goofy estava sempre a apoiar-me, Wally também, mas mais distante, no entanto sempre me surpreendeu.. Shadow também me surpreendeu com a sua sombra por detrás de mim, mais tarde já acompanhava meu passo.. até à entrada do meu portão, onde só desapareceu após uma festinha de despedida... Entrei, fechei a porta, subi e por cá me encontro na companhia de keane e de minhas palavras.

Mafalda Borges
19-07-2006

quinta-feira, junho 15, 2006

«A Casa da Maffy»

= A todos os que amam a Vida =


Agora que tudo corre o seu curso, que a minha menina está em casa e cheia de força para continuar a luta que encara na sua vida... Agora sim vou poder escrever a todos os que amam a vida...
Pedro seguiste o teu sonho... Foste atrás do amor que procuravas, és jovem... estás apaixonado, tens muito que viver... Sei que já te encontras no Canadá e espero que esta "honey's moon" com a Amanda esteja a ser sensacional!!
Amas a vida, tal como todos nós, mas tens uma força que invejo, pois já a tive e agora não a tenho, pensas sempre positivamente, algo que também já não sei fazer com tanta frequência... Invejo a maneira como abraças a vida, o sonho, largando tudo por um amor... Uma imagem muito mas muito romântica, uma imagem que hoje em dia é rara neste mundo em que homens e mulheres acomodam-se, sentam-se, de braços cruzados e esperam que a vida passe por eles...
Não desistas, é só o que posso dizer, Parabéns, é o que posso dar, tal como te dou a minha amizade... E que a minha fraqueza seja sempre a tua força...


Áqueles que lêem estas palavras apenas vos digo, fechem os olhos e entrem nas vossas vidas, mesmo profundamente, vivam!, não cruzem os braços e nem fiquem à espera que a vida passe por vocês como se da brisa do vento se tratasse...

A aragem da vida é uma força interior, é nela que nos devemos concentrar e com ela continuarmos a lutar!


Mafalda Borges

domingo, maio 28, 2006

«A Casa da Maffy»

-X-

Sei que tenho um post em dívida para um amigo que está apaixonado, no entanto, a vida prega-nos partidas e por isso hoje não vou escrever para esse meu amigo, mas sim para uma amiga que se encontra doente no hospital. Desde o primeiro dia em que te conheci, que me sinto como que uma "mamã" para ti, talvez por ser mais velha, talvez por te compreender sem que precises de falar.. Adoptei-te como por dizer literalmente e quando mudaste de faculdade, lembro-me que quase que morria por te ver partir, para um sítio em que não podia estar contigo todos os dias.Não te sei explicar e hoje nem as palavras me ajudam... a verdade é que ainda nem sei bem o que fazer, o que pensar ou o que dizer/escrever... Escondo-me com músicas, um refúgio que sempre adoptei para expressar a minha tristeza e os meus receios. Ontem quando te fui ver ao hospital, tive que pôr em mim uma força que já não sabia existir, ultrapassar uma fobia que há muito tenho em mim... mas ver-te assim, tão nova, recordo situações do passado e recordo o teu sorriso no nosso tempo de praxe... Há ligações que não sabemos explicar... e eu nunca fui boa para explicações. Só quero que todo este pesadelo passe, só quero ver-te sorrir novamente porque mereces... mereces viver a vida livremente, mereces experimentar todos os vôos e quero acreditar que a justiça será feita e que vou poder assistir a toda a tua felicidade de perto, partilhando sempre a nossa amizade. Não vou dizer o teu nome, mas mal estejas em casa e recomposta vou querer que leias isto, não para te provar nada, nada disso, simplesmente porque o que te quero revelar é muito importante. Eu nunca dei importância à vida, fui aprendendo a viver os dias, fugindo da rotina e essa fuga de todos os dias tornou-se a minha rotina. Ao contrário de ti, apesar de muitos sustos já ter apanhado, todos culpa minha, nunca aprendi a sorrir como tu sorris, nunca abracei a vida como tu abraças, com essa garra só tua e bastante única, por isso não desistas, porque apesar de mais nova, acredita, que para mim és um grande exemplo a seguir e tenho ainda muito que aprender contigo!

Não me apetece escrever mais, hoje nada me apetece e odeio quando isto acontece... enfim...Por cá fico à espera do nosso almoço...

Da tua sempre amiga,


Mafalda Borges

quarta-feira, maio 24, 2006

«A Casa da Maffy»

Querida Mariana...

Hoje tive uma apresentação lá na Faculdade, a minha primeira apresentação oral... Sabes não correu nada bem, cada vez tenho mais certezas que o meu mundo são as palavras escritas, contrariando Maria Judite de Carvalho, palavras minhas escritas não sou poupadas, já quando falo em público os nervos atacam-me de tal maneira que me sinto uma autêntica burra... Como se olhasse para um palácio e nem soubesse o que aquilo é.O que pensar disto Mariana? O que pensar quando o dia não nos corre bem de maneira alguma.. junta-lhe mais alguns dias (cheios de trabalho) e noites consecutivas sem dormir ou se dormes é muito mal... A tua resposta eu não a tenho, nem a tua, nem a minha e sinceramente, já é tempo de ter respostas!O que pensares da tua vida, quando entraste numa sala escura, com uma imensidão de gente, mas onde ninguém fala, onde nem o barulho da respiração se sente? O que dizeres dessa experiência que mais parece fazer-te recordar a morte que te rodeia? Mariana, o que pensares do teu destino e o que fazeres com ele, quando não sabes o que queres e vais fazendo o que queres, isto definitivamente, faz-me lembrar novamente aquela conversa com o Tiago, no Piolho.Não lhe digas nada Mariana, mas ele tem razão, eu sou esquemática, faço planos para tudo e se for possível até gosto de saber o que vou vestir no dia seguinte, acordo e o meu subconsciente que não parou de funcionar a noite inteira, que não deixou que eu descansasse livremente, dá-me respostas que eu não queria ter.. Sim, estou condicionada, mas a verdade é que não consigo decifrar ao que é que estou tão ligada para não conseguir decidir à última da hora até a roupa que vou vestir. Cheguei talvez a um ponto na minha vida em que necessito de mudar, mudar o meu subconsciente, mudar a maneira como ele funciona, talvez só assim possa descansar em paz... e Mariana e se nao fôr assim? O que faço a seguir? Se não aguentar com tantas mudanças na minha vida? Como reagir? Mariana, eu sou a menina dos "porquês", eu sei que sim, gosto de saber a solução para tudo e, para mim tudo tem uma lógica e uma continuidade, por isso é que descobri que a vida é um ciclo cheio de ciclos, por isso é que já sei decifrar montanhas que outrora nem sabia da sua existência, mas mesmo assim, a minha sede de saber tudo e sobre tudo é tão grande que não me sinto feliz em saber só o que sei e em experimentar aquilo que já conheço. Aqui revelo-te a minha intenção de querer mudar e o meu ódio por mim, por não saber como e nem quando terei estas respostas todas. Porquê esta necessidade de tudo saber e de tudo controlar, como que se vivesse pensando que o mundo acabaria não amanhã mas no próximo segundo da minha vida? Porquê pensar assim? A calma Mariana, a calma de tudo compreender e absorver com tempo eu não a tenho, nunca a tive. E gostava de tê-la, talvez tivesse uma percepção bastante diferente do mundo, do meu mundo. E depois vem o cansaço de ter tanta monotonia nessa calma!

Mafalda Borges




segunda-feira, maio 22, 2006

«A Casa da Maffy»

Corte e Costura

E aqui estamos nós de novo... no "corte e cose"... Leva-se a vida como se a costurássemos... será bem assim?? Um ponto mal dado aqui, um remendo acolá... afinal, qual o porquê de remendarmos tanto as nossas atitudes?? Não encontro a justificação... Eu cometo erros, como toda a gente... Muitas vezes digo o que não devo dizer, sinto o que não devo sentir e faço o que não devo fazer... e daí? Valerá a pena comandar a minha vida pelos erros cometidos do passado?? Caio novamente por terra... sem respostas às questões que te coloco e sem sentir o que conheço... Talvez o desconhecido me faça sentir melhor... ou talvez não... Lógica da batata? Lógica matemática?? Erro de palavras... Sentimento: Contrariação (isto existe, se não passa a existir).. Sentimento: Não quero saber... Tremendamente irritada com os remendos da minha vida... para quê voltar atrás com a linha e com a agulha?? (Nunca pensei usar metáforas de costura... sinceramente, nem sei coser... sim é com "s", tenho a certeza e não, não fui ver ao dicionário!!)Sentimento: Cansaço e frustração (mais o último...) Deixa: "Quero voltar para a ilha" (começa a ficar famoso isto).. Vontade: Nenhuma em especial.. Objectivo: Emigrar.. (de preferência bem longe de ti) E para quê fugir, quando é comigo que estou zangada! Presente: Revolta com as palavras... contrariam-me... definitivamente não estamos em sintonia. (Fodasse!Mas isto é alguma música??? Resposta: Sim!)Mas eu digo que não!

Rir? Não me apetece, mas obrigada pelo convite...E vocês olham... e pensam... (têm A certeza depois de ler...) Endoideceu... E eu pergunto: Será?

Voltemos ao "Corte e Costura", afinal, é para isso que aqui escrevo... Para costurar algo... construir... Remendar algo que não é apenas meu... Voltando à questão (tão simples de fazer e difícil de responder) Será?

Sinto-me confusa... ganhaste!
Ceder ou não ceder?
Consequências de ceder:
- Ser infeliz, porque ele não é para mim.
- Viver uma ilusão
Conclusão da história: Alguém vai sofrer e não é ele mas sim tu.

Decisão: NãO HÁ prós nesta história que não é nada romântica.. só contras... para quê voltar para a ilha da ilusao??
Não!

Então e o que fazer com esta obra? Voltar atrás com a agulha e desfazê-la totalmente? Não! Isto é uma atitude errada... Apagar as coisas da mente e do coração( será que ainda tenho disto??) não é de maneira alguma o melhor a fazer...
Mas na verdade.. numa situação de "Corte e Costura" como resolver isto? Talvez continuar a tracejar e a coser a minha vida da melhor maneira... olhando para trás, observando, para não cair novamente e tentar ao máximo ter finais felizes...

E ainda digo eu que não sou romântica!!!... Enfim...
Sentimento: Desmistificação de mais uma linguagem, de mais um universo.
Sensação: Alívio!!

Ilusão: ? Não!: Realidade!

Mafalda Borges

quarta-feira, maio 17, 2006

A descoberta

Não é um poema, não é uma carta, não é uma crónica, muito menos um artigo de jornal... será apenas um desabafo? Umas linhas de minha alma..ou talvez da tua... Não sou eu, não é ninguém... Não é escrever, não é vontade nem sequer a satisfação da caneta...
São meras linhas...

É o sonho de querer saber escrever, o sonho de querer reescrever a alma e o coração e já agora a vida das pessoas, o sonho de comandar por linhas certas e direitas... de poder planificar algo com a certeza que concretizar-se-á dessa exacta maneira, como na matemática, como 1+1, sendo o seu resultado 2 e não 3 como muita gente quer pensar...

Manter a ilusão é manter-te vivo em mim como se o zero me caracterizasse, como se fosse nula! Mas eu não quero ser de maneira alguma nula e por isso recuso-me a escrever conforme o planificado, recuso-me a viver num círculo de monotonia...
No entanto não quero usar o meu vestido num dia de chuva, porque quero usá-lo num dia de sol, não por assim ser mais "esquemático", mas porque quero esvoaçar, quero levitar e não quero que chova...

Não como o hamburguer a meio da tarde porque sei que não me faz falta, porque não tenho fome nem desejo de comer... porque almocei e agora só janto, por assim me ter habituado e não por medo de engordar... mas no entanto continuo a ter a certeza que apesar de fazer planos para tudo e em tudo nunca os sigo correctamente... é isso a minha rebeldia, cumpro regras como tu, sou pela matemática muitas vezes, apesar de não parecer, não sou burra, apenas faço-me de cega... mas ainda sei que 1+1 é igual a 2!

Tenho saudades daqueles passeios... em que me fazes, não sei se por querer ou sem querer, reviver a minha infância. E no meio do teu hamburguer, tiro um sorriso da tua cara... E dás-me a certeza que é bom ter a tua amizade, que serás sempre o amigo que sem querer vai-me compreendendo e acalmando, nem que seja com um olhar... e esses amigos é que nos completam... que nos seguram para não caírmos, que nos seguem até ao fim e que estão lá à nossa espera...

E a tua amizade de mim nada me faz "esquemática", apesar de ter consciência que já tenho alguns tiques teus... talvez esta conta matemática seja ainda uma troca, talvez esse seja o misticismo da amizade!

E isto acabou por ser uma carta?
Não! apenas um desabafo... e a certeza dada de que não sou "esquemática"...



Beijo,

Mafalda Borges

quarta-feira, abril 26, 2006

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Sorriso


Sorrio
Um sorriso sem cor
Quem sou eu?
Onde está a minha Alma?
Onde Estou?
Adormeço..
Não quero dormir
Não quero viver...
Estou perdida..
Mas sorrio!

Mafalda Borges
24 de Abril de 2006
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sábado, abril 22, 2006

«A casa da Maffy»

A Revolta e o "Ser Ninguém"



Mariana estou revoltada. A minha mãe só não perde a cabeça, porque está presa ao resto do corpo. Estou revoltada... não moro numa cidade, moro numa vila minúscula , onde todos se conhecem... ! Que merda! Ela perdeu a carteira... viram um homem apanhá-la do chão, tem lá o meu número, Santo Deus, porque não ligam... Não acredito na boa vontade das pessoas daqui, muito menos na sua educação... os que cá vivem, são como que um bando de renegados da sociedade.. de lixo inculto e ignorante, apagados, vivem dentro de uma teia que nem eles mesmo compreendem...
Sinto-me revoltada!!! Sinto-me frustrada por aqui hoje viver! Porque é que aquela besta não liga??? Fodasse,... desculpa-me a má educação, Mariana, mas já sabes que quando estou assim, digo imensos palavrões... Isto é decadente... aqui toda a gente se conhece, tu bem sabes disso e no entanto não têm a responsabilidade, o civismo de virem aqui a casa entregarem o raio da carteira... Oh pá... se o homem é pobre, nós também não somos ricas, que fique no entanto com os 80€ e que aí a morte dele venha rápida... Mas que entregue o cartão multibanco... Estou louca que chegue segunda-feira, dia em que se até aí nada aparecer, o homem vai ser reconhecido e eu vou mandá-lo para o hospital... Que morra, pois não gosto sequer de pensar que terei de infernizar a vida a alguém...

Mariana, esta raiva, não a quero dentro de mim, no entanto, sinto-me no papel de leoa mãe... tenho que proteger a minha cria, que neste caso é a minha própria mãe, que a cada dia que passa, demonstra-se um ser cada vez mais indefeso, com mais vontade de desistir.. bem sabes que sou tudo o que lhe resta...

Logo hoje Mariana, que continuava o meu processo de busca de melhoria da minha pessoa, que me sentia feliz e com vontade de viver e de espalhar a felicidade e a energia do amor que há em mim, por todos... Mariana ... Quem és tu? "Ninguém!"

Mafalda Borges
22 de Abril de 2006

sexta-feira, abril 21, 2006

Pequena anotação

Tia Ana,


Hoje conheci o nosso ídolo... é verdade... Júlio Machado Vaz, mais que conhecê-lo, falei com ele, uma pequena entrevista, uma pequena conquista....
Tia, lembrei-me de si...


Uma pequena anotação...


Beijinhos,

Mafalda Borges
21 de Abril de 2006

quinta-feira, abril 20, 2006

Partilha

Quero partilhar convosco este poema, que tal como "Zahir" de Paulo Coelho fez-me também renascer, até porque encontrei-o no livro...

"Quando partires, em direcção a Ítaca,
que a tua jornada seja longa
repleta de aventuras, plena de conhecimento.

Não temas Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseídon;
não irás encontrá-los durante o caminho, se
o pensamento estiver elevado, se a emoção
jamais abandonar o teu corpo e o teu espírito.
Laestrigones e Ciclopes e o furioso Poseídon
não estarão no teu caminho
se não os levares na tua alma,
se a tua alma não os colocar diante dos teus passos.

Espero que a tua estrada seja longa.
Que sejam muitas as manhãs de Verão,
que o prazer de ver os primeiros portos
traga uma alegria nunca vista.
Procura visitar os empórios da Fenícia
recolhe o que há de melhor.
Vai às cidades do Egipto,
aprende com um povo que tem tanto a ensinar.

Não percas Ítaca de vista,
pois chegar lá é o teu destino.
Mas não apresses os teus passos;
é melhor que a jornada demores muitos anos
e o teu barco só ancore na ilha
quando já estiveres enriquecido
com o que conheceste no caminho.

Não esperes que Ítaca te dê mais riquezas.
Ítaca já te deu uma bela viagem;
sem Ítaca, jamais terias partido.
Ela já te deu tudo, e nada mais te pode dar.

Se, no final, achares que Ítaca é pobre,
não penses que ela te enganou.
Porque te tornaste um sábio, viveste uma vida intensa,
e este é o significado de Ítaca."


Konstantinos Kavafis (1863-1933)

Espero que gostem.. eu voei..

Um beijo,

Mafalda Borges

quarta-feira, abril 19, 2006

«A Casa da Maffy»

Alma...


Hoje comecei um novo ciclo da minha vida. Posso ter ainda alguma moleza em mim. Posso ainda não ter recuperado totalmente a alegria em mim. Mas hoje já me sinto. Um pouco viva. Um pouco amada. Hoje sinto-me com a Alma lavada. (o texto mental que há pouco escrevia no autocarro era bem mais deprimente...).
Comecei a ler o "Zahir" do Paulo Coelho.. estou impressionada, o sentimento é igual, de quem escreve também... Reencontrei-me e decifrei o meu Zahir... Durante dois anos resignei-me a viver o mundo do Pedro, com ou sem ele. Acabei por deixar de viver a minha vida e mais tarde acabei de deixar tudo para trás, resignando-me aí a uma morte espiritual, tornei-me apagada, tornei-me duas, a social e a solitária. Hoje decidi viver, quero acabar este ciclo de dois anos, quero ser quem era, livre, viva e hoje sinto-me mais viva que ontem e menos que amanhã.
Terei aprendido a amar-me? Será desta? Ainda não sei responder a essas questões, ainda não sei quanto tempo durará esta resolução de voltar a viver. Vejo-me por cima, sorrio à minha imagem. Levito e nada de jeito digo. Mas o que interessa é que levito porque lavei a minha Alma, sinto-me renascida e preparada para uma nova vida. Serei como um gato? Quantas vidas ainda restar-me-ão?
Talvez tu que me lês, se é que me lês, se é que me conheces, não me conhecendo, talvez tu... me saibas responder a estas minhas questões.
Sinto-me leve, sinto-me livre. Sinto-me pronta a voar novamente, sem medos, em busca de tudo, de novidades, de vida, de amores, de desamores, de respostas, de obstáculos, de desafios, de alegrias, de sofrimentos... Terei bebido o famoso Elixir da Juventude? É que sinto-me totalmente rejuvenescida!

Por que será?

Apetece-me rir, desta vez, já com vontade, apetece-me movimento e alegria... sinto-me como que abençoada!?Serei?!
Talvez tu, que pensas que me lês, mas que apenas finges... que não me compreendes e que apenas em ti pensas, talvez tu possas responder?
Acreditem vocês, que não sei quem é esta segunda pessoa que me lê.
Um novo ciclo. A minha nova Alma, a mesma do passado, mais madura, mais sofrida, mas com uma grande vontade e, agora sim, de permanecer viva!

O resto, é difícil encontrar palavras. Uma côr? Branco.. sem dúvida... o branco, o meu som e as minhas asas.


LIMPEI A MINHA ALMA! SIGO EM FRENTE! É TEMPO DE DEIXAR AS FERIDAS SARAREM! TEMPO DE SORRIR COM ESPERANÇA... ESPERANÇA NUM NOVO AMOR? SERÁ? NÃO SEI, SÓ SEI (QUE NADA SEI), NO ENTANTO, SABENDO, QUE HOJE LIMPEI A MINHA ALMA E ENTREI NUM NOVO CAPÍTULO DA MINHA VIDA... QUERO ESCREVÊ-LO!

um beijo,

Mafalda Borges
19 de Abril de 2006

quarta-feira, abril 12, 2006

«A casa da Maffy» - PQR,PQQ!

Pensamentos que rebolam, pensamentos que queimam

Mariana desespera... desliga a chamada e entra no autocarro... um turbilhão de ideias vagueiam na sua mente.. mas a vontade de nada realizar é
mais forte... resigna-se com um lugar à janela... olhando para os carros e pensando em toda a conversa... uma lágrima, outra e depois várias...
"Nunca mais te controlas...logo agora que estavas bem..."Entra na clínica e dirige-se à recepção.. escondendo a cara de choro, absorvida numa tristeza imunda, Mariana, mostra o cartão de marcação,
entregam-lhe a senha... dirige-se logo ao bar, onde tenta almoçar... nunca conseguindo sair daquele pensamento que se baseia sempre na mesma
linha... a falta de apetite de viver torna-se cada vez maior, cada vez mais forte.Volta à sala de espera, senta-se, desliga o telemóvel, naquele momento não quer nada que a prenda ao mundo exterior... entra na sua leitura, tenta
esquecer o seu mundo, a sua pessoa...
O teatro continua, entra no consultório com o sorriso de sempre, de uma ponta à outra, tem vontade de esconder tudo o que sente, sente-se
asfixiada pelas paredes verdes daquele consultório, por minutos não encara o médico. Mariana tem medo... Abril nunca foi o seu mês,... Mente,
dizendo que está tudo bem... convence o médico, contagiando-o com uma adrenalina falsa, marca-se nova consulta, só para Julho... Mariana mais
uma vez não confessa o porquê de preferir Julho... Deseja-lhe boa Páscoa e sai, encostando a porta, aliviada por não ter sido obrigada a falar...
Sente que já não se consegue abrir com ninguém... Mariana... sai da clínica e volta ao seu desespero...



Chega a casa, deita-se e, adormece, acordando só à noitinha...



Mariana sou eu!

12 de Abril de 2006

quinta-feira, março 30, 2006

A casa da Maffy - Um sorriso às vezes é um esconderijo

«A casa da Maffy»

- Um sorriso às vezes é um esconderijo -


Hoje depois da nossa conversa, sinto-me ainda mais confusa,... estou farta de questões... quero um novo amor e daqueles que trazem soluções... Percebe que preciso de atenção, que no meio de tanta gente eu sinto-me só... percebe que eu necessito de carinho... às vezes basta apenas um olhar, só o simples dar as mãos dá-me força para continuar... porque só aí tenho a certeza que afinal não estou assim tão sozinha...Sei que cada qual tem o seu tempo e sei que tenho de respeitar, mas a verdade é que até hoje não tive ninguém que se preocupasse com o meu tempo... não tive ninguém que mesmo ao longe sentisse que eu precisava de ajuda... preciso de saber que existo, preciso de sentir que me queres...
Custa-me reconhecer esta dependência que tenho da opinião e dos sentimentos das outras pessoas, custa-me tanto como reconhecer que a minha droga são as letras...eu só quero ser livre, voltar a ser feliz e a sorrir... como sorria antes de ter esta conversa contigo hoje, porque tinha conseguido afastar-te um pouco da minha mente... queres sair da minha vida mas ao mesmo tempo fazes questão de mostrar que estás lá presente.
Hoje, já não sei o que vale a pena... porque a nossa conversa, ou melhor o teu monólogo!, porque o que interessava era tu falares e mesmo não dizendo tudo, dizendo alguma coisa... porque isso a que tu chamaste de conversa, não me trouxe soluções... e eu estou farta de descobrir soluções para a minha vida sozinha... toda a gente precisa de uma bengala, por vezes, outrora também eu precisei já e também a tive... agora quero-te a ti, quero poder cansar-me com alegria mas descansada ao mesmo tempo porque sei que te tenho para me abraçar quando preciso de descansar, quando preciso de ser mimada... quero poder sentir que posso andar de olhos fechados, porque sei que ao meu lado estás... a dar-me as mãos e a conduzir-me por um bom caminho...
Hoje sei que preferia um beijo como adeus, para ao menos ficar com uma boa recordação tua... porque já não sei sequer o que pensar de ti,... porque na minha vida estou farta de despedidas... não sinto que a vivo em pleno, mas sim que ela me escapa por entre os dedos,.... não quero voltar ao passado em que me enclausuro, em que não quero ver ninguém, mas sinto que está a acontecer, porque não aguento tanta actividade, não aguento tudo ao mesmo tempo e acho um tédio quando estou parada...
Num ano de lucidez consegui compreender-me ... e conhecer-te foi deitar esse trabalho todo fora, pois agora já de nada tenho a certeza... nem sei se estou viva, ou se estou morta.

E um sorriso é sempre sincero... mesmo quando seja para esconder algo, o meu esconde o ser infeliz que hoje, depois da nossa conversa, me sinto!

Mafalda Borges
29-03-2006

quarta-feira, março 29, 2006

Apaixonada

apaixonada


a vida levanta-se
ergue-se com a própria vida
salta, pincha
feliz da vida
brinca com as palavras
és apaixonada
és o ser que tu és...
simplesmente porque tens vida
e esse homem que tu amas

homem por quem outrora,
trocaste a vidaesse homem
que te trouxe à vida
esse homem perde-se
perde-se na tua vida
tu, iludida e apaixonada

surgem-te outros
e tu ama-los à tua maneira
mas a jura de tempos passados
mantém-se
a jura da tua vida
deste a vida em nome do amor
obsessão desalmada

perdeste alma
perdeste alegria
por ele
e ironia,
foi ele que te trouxe de novo à vida

Mafalda Borges
28 de Março de 2006

A casa da Maffy

«A casa da Maffy»


só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...saber que estou viva, saber que escrevo, não para mostrar, mas para existir... cada pessoa tem a sua condição de vida, a minha é escrever, viver agarrada ao papel, à caneta, na geração da informática, ao computador... a minha droga são as letras... é a explosão da minha pessoa, o vôo raro da ave que em mim brota... escrever... mas o que é isto??? O que é para ti escrever?? Senão um limite imposto à tua condição humana... "cada qual nasce com o seu karma...."
"aguenta-te, pois o teu destino são as letras, nãos as faças revoltarem-se, pois abandonam-te... "e abandonaram... e depois voltaram, aos poucos, como se eu mesma tivesse cometido um crime contra elas... cometeste não?? será que reconheceres que elas te impõem uma vida sob a qual tu às vezes não tens escolha?? será que elas mandam assim tanto ou só mandam porque tu deixas??
talvez tu não percebas o que dizes... é de loucos, falas de ti para ti... grita.. liberta-te, porque afinal.. ao cair da noite, as letras voltaram ao teu encontro para tu voares...
e que vôo este, pois tu hoje nada percebes e não queres perceber... pensas que não sei... pensas que não sinto a tua divisão...a divisão entre dois mundos, entre dois homens e entre as duas mulheres que nascem em ti... e o que é isto?? senão a tua casa, ?? o teu ponto de partida e, por fim, já à noitinha, o teu ponto de chegada... é chegada a hora de fechares em ti a revolução... evitares o ponto de ebulição... e portanto, amiga, não vás por esse caminho... guarda essa emoção, essa explosão, talvez mais tarde necessites dela... pensa no mar... que hoje só a ideia te acalma... mas afinal, o mar para ti nunca foi refúgio, mas sim inimigo... o mar traz-te a nostalgia de mulher-menina sofrida que outrora já foste... o mar traz-te a revolta de um passado que te escapou das mãos sem tu teres poder de decisão e por fim o mar traz-te as lágrimas, a perdição e a morte.... não vagueies pela areia... nunca gostaste dela... não gostas de sujar a roupa, nem os sapatos... nem as mãos... e queixas-te porque não tens escolha da vida que levas nem da pessoa que és... no entanto, deixas os outros decidirem sempre tudo e portanto, vão decidindo a tua vida aos poucos, um bocadinho aqui, outro ali e outro acolá... cresceste, passaram quase vinte anos, mulher te tornaste, mantendo a menina da indecisão e quando te decides, vens tarde...
só nestas linhas é que ganhas energia para mais um dia que se aproxima... não queres sofrer amanhã... queres poder dizer que sim, decidiste no momento certo!
só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...sabes que estás viva, sabes que escreves, que gritas no papel as tuas dores, que te revoltas contra as tuas feridas e te voltas a calar... e a renascer!
"cada qual nasce com o seu karma...."

Mafalda Borges
28 de Março de 2006

O Amanhã

o que me reserva o amanhã?

a flor do jardim sorrio sol sorrio amanhã sorri
mas o medo continua...
o que me reserva esse amanhã?


espero ansiosa a decisão de um mundo que quero
não não quero
não por medo

não é medo
não é indecisão
não é capricho
mas não quero
não te quero adorar

o meu coração não pode ser de dois

não aguento tamanha ...não sei o nome...
revoluciono-me
desmonto-me em peças
tento decifrar a minha razão e a minha paixão
não consigo e por isso,
sento-me e fico à espera...

do que me reserva o amanhã!


Mafalda Borges
28-03-2006

O tempo da separação

A perda de amigos, ou daqueles a quem chamamos amigos, faz-nos sempre pensar o que estivemos nós a fazer durante anos a fio... Não encontro justificação para ter semado uma amizade quando esta acaba... O porquê de perder esse tempo todo, com alguém a quem não servimos, ou que não nos serve... Logo na nossa sociedade onde o tempo não tem tempo, onde não há tempo para nada, mas a verdade é que temos sempre tempo para aquele a quem chamamos de amigo... E depois o tempo traz-nos o infortúnio da separação, às vezes por desavenças horríveis outras vezes apenas por já não haver uma partilha de opinião... A pergunta que eu, portanto, coloco, é para quê gastar esse tempo com quem, talvez não mereça e não aceita que tenhamos uma opinião diferente... a questão mantém-se, porque nunca sabemos quem merece o gastar desse tempo e quem não merece.Digo isto porque tive novamente uma má experiência com uma suposta amizade, não digo nomes, pois acho que não vale a pena entrar por um campo de retaliação brutal, acho apenas que mereço um desabafo... Perdi tanto do meu tempo, não por obrigatoriedade, mas sim por amizade, com esta amiga, para no entanto ela levar a mal o que disse, só por ter uma opinião diferente, só por ser sincera e directa e só por dizer mesmo que não aprovava a decisão que tomou... Acho que se fosse ao contrário eu saberia respeitar... Não me quis parecer intrometida, muito menos quis parecer "dona da vida dela", mas a verdade é que afinal fui eu que estive o tempo todo do lado dela e senti-me decepcionada... pois o tempo que perdi, pareceu não ter sido útil...
Por isso pergunto, para que nos serve o tempo nesta situação, para nos magoar ao relembrarmos o que vivemos?? Para sofrermos ainda mais com as separações? Já não sei responder às questões, talvez nunca tenha sabido.Caracterizo o tempo da separação, como algo ingrato e inútil, porque afinal não há um tempo para a separação, é algo rápido, instantâneo... O que perdura são as memórias... O tempo manda nas memórias e as memórias no sofrimento ou no contentamento... Será que desta vez arranjei resposta para esta questão? Sinto-me confusa... Talvez eu não saiba já para que serve nem o tempo, nem as memórias, nem a separação, talvez até, nem a amizade...


Mafalda Borges
27-03-2006

quarta-feira, março 22, 2006

Envolvidos na solidão

----- Envolvidos na solidão -----

Senti necessidade de ser abraçada e vi que não tinha ninguém... é complicado quando por nós damos envolvidos em tamanha solidão... promessas de amigos sempre presentes que desapareceram num abrir e fechar de olhos... promessas de amores impossíveis e, por vezes, ilusórios...Cheguei a casa e abracei intensamente a ideia de me deitar..."ESTOU FARTA! FARTA DE À NOITE SER EU NA CAMA... MAS DURANTE O DIA SER OBRIGADA A USAR CAPA... ESTOU FARTA DE SER PARA TODOS O QUE NINGUÉM É PARA MIM...!"E a minha cabeça está confusa... parece que o sentimento passado, a raiva, a sensação de insignificância quer voltar... ASFIXIO... sem ninguém para entender o meu pedido de socorro, sinto-me morta, completamnte destruída.Cada vez mais isolada... acordei igual hoje, apenas com uma vontade ainda maior de não me levar, um apetite ainda bem mais forte de não mais viver... e pior que todas as mentiras que até hoje me disseram, pior que todas as palavras de ódio que até hoje me proferiram, pior que tudo isso, é agora o medo que habita em mim... um medo intenso de voltar a sorrir, um medo de viver.Então pensei, que talvez escrevendo, isto me passasse e eu me sentisse, quiçá, mais livre, mais sorridente, mas não, foi apenas mais uma ilusão... Parece que a minha zanga com as letras também continua... Porquê?Sinto-me só... ainda mais só depois de escrever, apercebendo-me que este computador é o único que posso abraçar... Mesmo as letras estando zangadas comigo.E de repente, ai esta instabilidade de personalidade!, de repente sinto um vazio que existe em mim... depois de uma revolução de sentimentos tão grande... depois de uma solidão imensa... agora para além de me sentir só, sou só... não no sentido em que o meu espírito ficasse mais liberto... porque não está... esse já morreu, também de tristeza e totalmente asfixiado.
Podia dizer que injustiça é sentir que sou um ser vazio, que até uma molécula seria mais preenchida que eu, mas aí sim!, seria uma tremenda e horrível injustiça, eu utilizar este termo, para pintar a minha vida mórbida e só... Injustiça é o que se passa lá fora... na Guerra do Iraque, onde centenas e centenas de inocentes morrem, às custas da ganância extrema de um homem que se diz Presidente de uma Democracia, mas que não passa de um Ditador... de um bélico... Injustiça é o que se passa no nosso país... que parece não evoluir, onde os grandes violam os pequenos, nem que seja apenas em pensamento... Onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e onde no fim, há duas facções na televisão, aquele bicho que monopoliza as pessoas, que as torna ainda mais burras e sedentárias, há aquele que vem falar com uma preocupação notavelmente teatral, dizendo, que "a crise está cada vez pior e que temos que nos unir" e aquele que vem dizer publicamente, "Não meus amigos, a Crise é psicológica!Não a deixem entrar na vossa mente!"...Injustiça, é o rácio de crianças que morrem no continente africano, por causa de doenças, por causa da fome e nós aqui no ocidente a comer do bom e do melhor, não preocupados e deitando, por vezes, a comida fora... ora, isto, já é cinismo... o que vamos fazer com essa comida que já não nos apetece? embalar e enviar... Meus amigos, agora é a minha vez de utilizar esta expressão, isso Não!, isso é mesmo cinismo... são pessoas como nós... merecem que as respeitemos!Por isso, se eu utilizasse o termo "injustiça" para descrever o vazio do meu ser, estava a enchê-lo de um egocentrismo, que não posso ter, pois nada sou, nem ninguém! Estava a ser imensamente egoísta e isso iria esvaziar ainda mais o vazio do meu ser...
Nada vou dizer, vou arrastar-me para o sofá e esvaziar o meu ser de letras zangadas, de vidas cheias de injustiça, da minha vida!
Mafalda Borges21-03-2006

terça-feira, janeiro 24, 2006

Em 24 dias: o nascimento, o baptismo, a vida e a morte!

E foi assim...um ano que passou...Bem vindo 2006....
Estamos em Janeiro, quase já no final do primeiro mês deste ano... O tempo passou e eu nem dei por isso, andei sempre atarefada a acabar o primeiro semestre lá da Faculdade para não ter que ir a nenhum exame... e consegui! Depois também andava extremamente ocupada com os preparativos do lançamento do meu primeiro livro... "O baptismo do meu primogénito"...
O lançamento foi a semana passada.. na Sexta Feira... estava nervosa e ao mesmo tempo parecia que navegava nas nuvens... o meu barco eram todos os que lá estavam... Correu tudo tão bem...
As promessas são para se cumprir... por mais que nos custe, por mais que isso nos magoe... e a verdade é que o prazo já acabou e enfim posso partir, porque agora já venci aqui e já nada mais posso fazer...
É tempo de recomeçar. É tempo de fazer as malas e só levar o que é essencial e "visível aos olhos.."... Não levar atrás mais recordações, não transportar sonhos que já são velhos e recalcados...
É a altura de construir uma nova cabana, "uma pitada de felicidade aqui e acolá..", é altura de criar novos essenciais "invisíveis aos olhos", sensíveis ao toque e ao sentimento... ´é altura de ter novos planos, nova cara, nova vida, novos amores, altura de ter novos sonhos e tentar obtê-los, talvez desta vez sem terem a necessidade de serem tão recalcados!
E como resolução para 2006, como consequência do ano de 2005 pesado que tive, decido Ser Feliz e Repensar a Mulher que sou... aconselho-vos a fazerem o mesmo!
Um beijo,
Mafalda Borges