Traços de Ti
09-06-2009
Uma linha que me guia
Um movimento circular
Um movimento recto,
Uma mão saboreando
Estes...
Que são os Traços de Ti!
Por momentos,
Fecho os olhos
E deixo os meus dedos
Voarem sobre a tua face,
Uma mão saboreando
Estes...
Que são os Traços de Ti!
A minha Alma
Sobrevoa o teu Corpo
No teu sono tranquilo,
O meu Coração guarda,
Aquilo...
Que são os Traços de Ti!
Mafalda Borges
E que aqui voem almas e corações, palavras e sentimentos, sonhos e pesadelos.. e que aqui voe a Vida!
quarta-feira, junho 17, 2009
Cai Chuva
Cai Chuva
09-06-2009
O céu partilha
A mágoa dele
Comigo.
E, também, contigo!
Derrama a sua dor
Num líquido,
Com sabor a...
Lágrimas,
Cai Chuva.
E, assim,
O céu partilha
A mágoa dele
Comigo.
E, também, contigo!
Mafalda Borges
09-06-2009
O céu partilha
A mágoa dele
Comigo.
E, também, contigo!
Derrama a sua dor
Num líquido,
Com sabor a...
Lágrimas,
Cai Chuva.
E, assim,
O céu partilha
A mágoa dele
Comigo.
E, também, contigo!
Mafalda Borges
Alma Em Forma De Estrela
Alma em Forma de Estrela
09-06-2009
Cinco pontas
Muito espaço
Sempre no alto,
Sempre tentando,
Brilhar!
É assim a minha Alma,
Como que em forma De Estrela!
Dourada,Espaçosa
E, esperançosa...
Para que um dia,Como uma,Possa Brilhar!
Mafalda Borges
09-06-2009
Cinco pontas
Muito espaço
Sempre no alto,
Sempre tentando,
Brilhar!
É assim a minha Alma,
Como que em forma De Estrela!
Dourada,Espaçosa
E, esperançosa...
Para que um dia,Como uma,Possa Brilhar!
Mafalda Borges
sábado, março 07, 2009
Às Mulheres!
Aliança
Por tudo quanto sei,
mas não sabia,
(Feliz de quem um dia ainda o souber!)
Por essa estrela branca em noite fria!
Anunciação, talvez, de poesia...
Por ti, minha mulher!
Por esse homem que sou,
mas que não era,
Vendo na morte a vida que vier!
Por teu sorriso em minha vida austera.
Anunciação, talvez de Primavera...
Por ti, minha mulher!
Pelo caminho humano a que vieste
Com fé no amor.
— Seja o que Deus quiser!
Por certa fonte abrindo a rocha agreste...
Por esse filho loiro que me deste!
Por ti, minha mulher!
Pelo perdão que espalho aos quatro ventos,
De antemão cego ao mal que me trouxer
Despeitos surdos, pérfidos momentos;
Pelos teus passos, junto aos meus, mais lentos...
Por ti, minha mulher!
Nada mais digo.
Nada.
Que não posso!
Mas dirá mais do que eu quem não disser
Como eu?:
— Avé-Maria... Padre-Nosso...
Por tudo quanto é meu (e que é tão nosso!)
Por ti, minha mulher!
Pedro Homem de Mello, in "Adeus"
{Sininho encontra, por entre os seus vôos, o seu ideal de mulher, o seu romance...}
A todas as Mulheres!
Por tudo quanto sei,
mas não sabia,
(Feliz de quem um dia ainda o souber!)
Por essa estrela branca em noite fria!
Anunciação, talvez, de poesia...
Por ti, minha mulher!
Por esse homem que sou,
mas que não era,
Vendo na morte a vida que vier!
Por teu sorriso em minha vida austera.
Anunciação, talvez de Primavera...
Por ti, minha mulher!
Pelo caminho humano a que vieste
Com fé no amor.
— Seja o que Deus quiser!
Por certa fonte abrindo a rocha agreste...
Por esse filho loiro que me deste!
Por ti, minha mulher!
Pelo perdão que espalho aos quatro ventos,
De antemão cego ao mal que me trouxer
Despeitos surdos, pérfidos momentos;
Pelos teus passos, junto aos meus, mais lentos...
Por ti, minha mulher!
Nada mais digo.
Nada.
Que não posso!
Mas dirá mais do que eu quem não disser
Como eu?:
— Avé-Maria... Padre-Nosso...
Por tudo quanto é meu (e que é tão nosso!)
Por ti, minha mulher!
Pedro Homem de Mello, in "Adeus"
{Sininho encontra, por entre os seus vôos, o seu ideal de mulher, o seu romance...}
A todas as Mulheres!
A ti Vinicius!
Poética I
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
Poética II
Com as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia.
E na perspectiva
Da vida futura
Ergui em carne viva
Sua arquitetura.
Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo:
(Um templo sem Deus.)
Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
– Entrai, irmãos meus!
Vinicius de Moraes
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
Poética II
Com as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia.
E na perspectiva
Da vida futura
Ergui em carne viva
Sua arquitetura.
Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo:
(Um templo sem Deus.)
Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
– Entrai, irmãos meus!
Vinicius de Moraes
«A Casa da Maffy - O meu Mundo... »
« A Casa da Maffy - O meu Mundo... »
04/03/2009
Olá Mariana,
A última semana foi uma loucura e não tive tempo de te falar, isto é, de escrever... Quando não estava a trabalhar, estava a mãos com amigos que precisavam de ser ouvidos (pela ordem das coisas e do que acredito eu também necessitava de os ouvir...).
É este o meu mundo, Mariana, pelo menos tem sido.
No outro dia encontrei mais um poema do meu Vinicius, que amei logo "Poética", depois copio também para ti e apeteceu-me voltar a ser a cigana de poesia que era... mas devo ter perdido o amor à rima e a paixão da canção, pois nada de jeito me sai!
Falo-te do meu mundo, falo-te da minha desajeitada alma para a escrita, queixo-me da falta de umas novas asas para continuar os meus vôos, falo-te de mim, mas não me abro... sinto-me, hoje em dia, uma rocha e não mais uma gaivota... E acho que só piora com o tempo...
No domingo fui até à praia, lavar o meu espírito, acho que já estou a precisar novamente de ir e de repente, lá, senti saudades dos tempos em que levava o Fabinho até à explicação em Leça e depois seguia todas as manhãs para a esplanada do Bar do Óscar, escrevendo até à hora de ir buscá-lo... , acreditas que não me consigo lembrar quantos anos já tinha??? Ai, a minha memória degenera-se também, tudo em mim cai, o meu mundo desmorona-se aos poucos e modifica-se sem eu dar fé.
E o teu?
Tua,
Sininho
Mafalda Borges
04/03/2009
Olá Mariana,
A última semana foi uma loucura e não tive tempo de te falar, isto é, de escrever... Quando não estava a trabalhar, estava a mãos com amigos que precisavam de ser ouvidos (pela ordem das coisas e do que acredito eu também necessitava de os ouvir...).
É este o meu mundo, Mariana, pelo menos tem sido.
No outro dia encontrei mais um poema do meu Vinicius, que amei logo "Poética", depois copio também para ti e apeteceu-me voltar a ser a cigana de poesia que era... mas devo ter perdido o amor à rima e a paixão da canção, pois nada de jeito me sai!
Falo-te do meu mundo, falo-te da minha desajeitada alma para a escrita, queixo-me da falta de umas novas asas para continuar os meus vôos, falo-te de mim, mas não me abro... sinto-me, hoje em dia, uma rocha e não mais uma gaivota... E acho que só piora com o tempo...
No domingo fui até à praia, lavar o meu espírito, acho que já estou a precisar novamente de ir e de repente, lá, senti saudades dos tempos em que levava o Fabinho até à explicação em Leça e depois seguia todas as manhãs para a esplanada do Bar do Óscar, escrevendo até à hora de ir buscá-lo... , acreditas que não me consigo lembrar quantos anos já tinha??? Ai, a minha memória degenera-se também, tudo em mim cai, o meu mundo desmorona-se aos poucos e modifica-se sem eu dar fé.
E o teu?
Tua,
Sininho
Mafalda Borges
quarta-feira, março 04, 2009
«A Casa Da Maffy - Hoje Sou...»
« A Casa da Maffy - Hoje Sou.... »
21/02/2009
"Olá, tudo bem?", "Parabéns!", "Muitas felicidades!", "Divirtam-se"
Hoje sou corpo livre, aspiro voar não nos meus, mas sim nos teus pensamentos, hoje sou alma que chora, presa à nostalgia de contigo não estar, nem por ti ser lembrada.
Hoje sou uma existência simples, acomodada à tua ausência e à minha ausência em ti.
É incrível como não nos completamos mais, como não nos fazemos falta... Hoje não sou nem fada, nem princesa, nem rainha, hoje não existo e gosto do sabor desta invisibilidade recriada. Não sou a menina dos 17 que conheceste, nem a dos 21 que, por fim, largaste, hoje o que sou é um pouco de ti ou do que eras, o resto é nulo, non-sense e sem simbolismo algum... hoje o coração não chora mas também não ri, a alma activa mas não presente.
O tempo não pára, meu amigo e, isso deixa-me assim vazia, porque as memórias ficam cá dentro mas tão desbotadas que faz com que não consiga traçar uma linha temporal... E o facto de o tempo não parar e de nós andarmos sempre a correr, sempre ocupados demais, por vezes até sem tempo para um "olá" dar é mau, é péssimo, porque não reparamos que o tempo corre connosco e não ao contrário... enfim... começo a sentir o peso da responsabilidade que o passar dos anos traz.
Hoje, Goofy, sou a Abelha Maia, por quem um dia estiveste apaixonado, a Abelha Maia que se tornou a melhor amiga, a companheira de conversas, noites e sorrisos e até lágrimas... Hoje nada sou a não ser Abelha Maia e no meu vôo invoco não o passado mas sim, a sua grande consequência, uma amizade única, a segurança de estarmos sempre um ao lado do outro, mesmo que por vezes, distantes.
Para tal, hoje as palavras saem, parecem vazias de significado, mas não o são, parecem forçadas mas são sinceras, mas palavras sempre foram fáceis... Mais que palavras, hoje o importante, és tu Goofy e eu, Abelha Maia hoje sou...
Um beijo,
Tua Abelha Maia,
Sininho
Mafalda Borges
21-02-2009
21/02/2009
"Olá, tudo bem?", "Parabéns!", "Muitas felicidades!", "Divirtam-se"
As palavras são fáceis de sair!
Hoje sou corpo livre, aspiro voar não nos meus, mas sim nos teus pensamentos, hoje sou alma que chora, presa à nostalgia de contigo não estar, nem por ti ser lembrada.
Hoje sou uma existência simples, acomodada à tua ausência e à minha ausência em ti.
É incrível como não nos completamos mais, como não nos fazemos falta... Hoje não sou nem fada, nem princesa, nem rainha, hoje não existo e gosto do sabor desta invisibilidade recriada. Não sou a menina dos 17 que conheceste, nem a dos 21 que, por fim, largaste, hoje o que sou é um pouco de ti ou do que eras, o resto é nulo, non-sense e sem simbolismo algum... hoje o coração não chora mas também não ri, a alma activa mas não presente.
O tempo não pára, meu amigo e, isso deixa-me assim vazia, porque as memórias ficam cá dentro mas tão desbotadas que faz com que não consiga traçar uma linha temporal... E o facto de o tempo não parar e de nós andarmos sempre a correr, sempre ocupados demais, por vezes até sem tempo para um "olá" dar é mau, é péssimo, porque não reparamos que o tempo corre connosco e não ao contrário... enfim... começo a sentir o peso da responsabilidade que o passar dos anos traz.
Hoje, Goofy, sou a Abelha Maia, por quem um dia estiveste apaixonado, a Abelha Maia que se tornou a melhor amiga, a companheira de conversas, noites e sorrisos e até lágrimas... Hoje nada sou a não ser Abelha Maia e no meu vôo invoco não o passado mas sim, a sua grande consequência, uma amizade única, a segurança de estarmos sempre um ao lado do outro, mesmo que por vezes, distantes.
Para tal, hoje as palavras saem, parecem vazias de significado, mas não o são, parecem forçadas mas são sinceras, mas palavras sempre foram fáceis... Mais que palavras, hoje o importante, és tu Goofy e eu, Abelha Maia hoje sou...
Um beijo,
Tua Abelha Maia,
Sininho
Mafalda Borges
21-02-2009
«A Casa da Maffy - Vagueando »
« A Casa da Maffy - Vagueando »
20/02/2009
Querida Mariana,
Continuo a vaguear nos meus pensamentos e em memórias que me têm perseguido... pensei muito, serei eu a presa destas memórias??
Tenho escrito quase todos os dias novamente, será por esta perseguição do passado ou será que estou infeliz e não sei??
Há tantas perguntas que vagueiam na minha mente e que não tenho resposta... eu, apesar de tudo, sinto-me bem e sinto-me feliz, confortável com a vida que tenho neste momento... Mariana, tinha saudades de sonhar, de voar com a minha alma por meio de folhas planas e canetas salientes e, voltei a fazê-lo, mal ou bem, não me interessa, é aqui que me encontro, que me solto, que existo, aqui sou rainha do meu conto de fadas, princesa do meu reino da escrita e por isso, Mariana, vou vagueando e deixo-me levar...
Tu que durante estes anos me tens acompanhado, me tens lido e sentido, tu conheces-me melhor que ninguém, melhor que eu mesma até!, diz-me, Mariana, tens tu as respostas que tanto busco? Ou preferes permanecer no teu silêncio divino e mágico, dando-me apenas sinais que eu vou interpretando e com eles vou desvendando o meu rodopiante destino?? Por vezes, tenho tanto medo de fazer más leituras dessas tuas simbologias, por vezes, tenho medo de fazer más escolhas e perder... talvez por isso, tenha deixado estes meus vôos e os meus sonhos, por medo e não apenas, por me sentir feliz, talvez agora tenha perdido esses medos e arranjado uma nova coragem para aqui voltar a vaguear, para novamente sonhar e sim Mariana, para continuar a voar, porque eu tinha mesmo saudades de voar!
É impressionante como só assim me liberto completamente das amarras de uma vida completa de hábitos, abusos, convenções e aparências... Estou novamente cansada de sorrir e de chorar contrariada...
Vivemos todos em palcos, somos todos actores secundários, aspirando sempre um papel principal que sucumbe quando desistimos de ser guerreiros e aprendemos a viver, sobrevivendo...
Até Já Mariana,
Tua,
Sininho
Mafalda Borges
20/02/2009
20/02/2009
Querida Mariana,
Continuo a vaguear nos meus pensamentos e em memórias que me têm perseguido... pensei muito, serei eu a presa destas memórias??
Tenho escrito quase todos os dias novamente, será por esta perseguição do passado ou será que estou infeliz e não sei??
Há tantas perguntas que vagueiam na minha mente e que não tenho resposta... eu, apesar de tudo, sinto-me bem e sinto-me feliz, confortável com a vida que tenho neste momento... Mariana, tinha saudades de sonhar, de voar com a minha alma por meio de folhas planas e canetas salientes e, voltei a fazê-lo, mal ou bem, não me interessa, é aqui que me encontro, que me solto, que existo, aqui sou rainha do meu conto de fadas, princesa do meu reino da escrita e por isso, Mariana, vou vagueando e deixo-me levar...
Tu que durante estes anos me tens acompanhado, me tens lido e sentido, tu conheces-me melhor que ninguém, melhor que eu mesma até!, diz-me, Mariana, tens tu as respostas que tanto busco? Ou preferes permanecer no teu silêncio divino e mágico, dando-me apenas sinais que eu vou interpretando e com eles vou desvendando o meu rodopiante destino?? Por vezes, tenho tanto medo de fazer más leituras dessas tuas simbologias, por vezes, tenho medo de fazer más escolhas e perder... talvez por isso, tenha deixado estes meus vôos e os meus sonhos, por medo e não apenas, por me sentir feliz, talvez agora tenha perdido esses medos e arranjado uma nova coragem para aqui voltar a vaguear, para novamente sonhar e sim Mariana, para continuar a voar, porque eu tinha mesmo saudades de voar!
É impressionante como só assim me liberto completamente das amarras de uma vida completa de hábitos, abusos, convenções e aparências... Estou novamente cansada de sorrir e de chorar contrariada...
Vivemos todos em palcos, somos todos actores secundários, aspirando sempre um papel principal que sucumbe quando desistimos de ser guerreiros e aprendemos a viver, sobrevivendo...
Até Já Mariana,
Tua,
Sininho
Mafalda Borges
20/02/2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
«A CASA DA MAFFY - TUA, SININHO»
« A CASA DA MAFFY - TUA, SININHO...»
As minhas memórias andam nos últimos tempos a rodopiar na minha mente e no meu coração... não que ande mais sentimentalista do que o que já sou, mas simplesmente tenho-me visto presa a recordações que não me deixam, de todo, respirar.
A verdade é que sinto a minha vida bem longe do meu controle e a escorregar-me rapidamente pelas mãos... ora são os amigos que me vão falhando pois a morte encurta-lhes a vida comigo, ora porque vão para longe e com o tempo sempre a correr, nunca há tempo para depois conviver!
Não sei, não arranjo razões suficientes para o meu pequeno cérebro deixar de criar associações, desfazendo-se em recordações (e não delas!).
No outro dia, vinha das explicações e, já estava no início da nossa rua, vi logo as janelas do teu antigo quarto (aposto que todas as noites continuas a ir lá)... as janelas ainda estavam com as pressianas para cima, dava para ver as cortinas transparentes e eu fiquei a morrer de saudades dos nossos encontros fulminantes, as duas sempre a correr de um lado para o outro, sempre a fazermos planos para uma saída, acabávamos sempre por à última, ou uma ou outra, desmarcar por motivos de ordem maior...
E tão depressa essa minha nostalgia voou com um sorriso, de certezas, em como tu estavas a partilhar memórias comigo naquela altura, tornei-me confortada pela minha mágoa e esperança.
Entretanto, recuei ainda mais anos, nesta caixa que se diz ser cérebro, voei para a altura da nossa infância, em que todos, uns mais miúdos que outros, nos reuníamos de tarde e a nossa rua tornava-se mesmo nossa, local de jogos e jogatanas, interrompidos por um carro ou outro, que, por vezes lá passava... agora as tardes naquele alcatrão são mais pacíficas, os carros passam até mais de noite e o clã que se reunia cresceu e afastou-se, tem-se afastado cada vez mais, ridículos e cheios de hipocrisia, tornámo-nos nos adultos que jurámos não ser, encontros furtivos no café, um "olá" de vez em quando, juntámo-nos mesmo mais para funerais, como quando da tua partida...
Aprendi a não fazer planos cheios de "ses" de saídas, saio, quem quiser que me siga...
Já partiste há meio ano, eu não digo que o tempo passa depressa??
Eu cá continuo perdida no meio de recordações, de palavras que não digo e beijos que não dou... tenho a minha vida parada, por puro comodismo, ou até, talvez, com medo de andar para a frente e ter a consciência dura que realmente o tempo não pára, que os anos vão continuar a passar e cada vez mais me irão parecer mais fugazes...
Tua, Sininho.
19-02-2009
Mafalda Borges
As minhas memórias andam nos últimos tempos a rodopiar na minha mente e no meu coração... não que ande mais sentimentalista do que o que já sou, mas simplesmente tenho-me visto presa a recordações que não me deixam, de todo, respirar.
A verdade é que sinto a minha vida bem longe do meu controle e a escorregar-me rapidamente pelas mãos... ora são os amigos que me vão falhando pois a morte encurta-lhes a vida comigo, ora porque vão para longe e com o tempo sempre a correr, nunca há tempo para depois conviver!
Não sei, não arranjo razões suficientes para o meu pequeno cérebro deixar de criar associações, desfazendo-se em recordações (e não delas!).
No outro dia, vinha das explicações e, já estava no início da nossa rua, vi logo as janelas do teu antigo quarto (aposto que todas as noites continuas a ir lá)... as janelas ainda estavam com as pressianas para cima, dava para ver as cortinas transparentes e eu fiquei a morrer de saudades dos nossos encontros fulminantes, as duas sempre a correr de um lado para o outro, sempre a fazermos planos para uma saída, acabávamos sempre por à última, ou uma ou outra, desmarcar por motivos de ordem maior...
E tão depressa essa minha nostalgia voou com um sorriso, de certezas, em como tu estavas a partilhar memórias comigo naquela altura, tornei-me confortada pela minha mágoa e esperança.
Entretanto, recuei ainda mais anos, nesta caixa que se diz ser cérebro, voei para a altura da nossa infância, em que todos, uns mais miúdos que outros, nos reuníamos de tarde e a nossa rua tornava-se mesmo nossa, local de jogos e jogatanas, interrompidos por um carro ou outro, que, por vezes lá passava... agora as tardes naquele alcatrão são mais pacíficas, os carros passam até mais de noite e o clã que se reunia cresceu e afastou-se, tem-se afastado cada vez mais, ridículos e cheios de hipocrisia, tornámo-nos nos adultos que jurámos não ser, encontros furtivos no café, um "olá" de vez em quando, juntámo-nos mesmo mais para funerais, como quando da tua partida...
Aprendi a não fazer planos cheios de "ses" de saídas, saio, quem quiser que me siga...
Já partiste há meio ano, eu não digo que o tempo passa depressa??
Eu cá continuo perdida no meio de recordações, de palavras que não digo e beijos que não dou... tenho a minha vida parada, por puro comodismo, ou até, talvez, com medo de andar para a frente e ter a consciência dura que realmente o tempo não pára, que os anos vão continuar a passar e cada vez mais me irão parecer mais fugazes...
Tua, Sininho.
19-02-2009
Mafalda Borges
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
sábado, janeiro 24, 2009
« A Casa da Maffy - Segredos »
«A Casa Da Maffy - Segredos »
Olá Mariana,
Há muito que não te escrevo, aos poucos tenho perdido não só o tempo para mim, como também, tenho perdido a minha essência... Não te sei o que dizer, apenas, que me encontro completamente perdida... perdi-me em notas musicais que apenas fazem ruído e agora encontro-me num beco sem saída... Não posso voltar para trás e não tenho como continuar para a frente... Se te dissesse que sou feliz, mentia-te, mas também, não te posso dizer que sou infeliz, estaria a mentir....
Sou feliz quando tenho o meu porto de abrigo ao meu lado, em todos os sentidos, sem ele perco agora a noção do que, até é sorrir com alma, com vontade.
Apaixonei-me por notas musicais que não têm nexo, mas continuo a amar o homem que escolhi para a minha vida... e agora vivo com este segredo, vivo com este tormento de estar só quando ao meu lado não o tenho... e em cinco minutos, ou menos, talvez, perco-me por becos e ruelas que desconhecia...
Já não sou livre, as minhas asas estão presas e isso confunde-me, preocupa-me, mas ao mesmo tempo, continuo com vontade de as prender... por isso, Mariana, responde-me, o que é isto, tu que normalmente sentes as minhas palavras e lês o meu destino nesta minha alma de gaivota, diz-me que rumo hei-de agora dar ao meu vôo, porque, Mariana, eu já não sei!
Mariana, já nem sei que segredos tens tu... ando tão preocupada com os meus que já não consigo raciocinar e nem sequer analisar o mundo que me rodeia.... então, não te digo eu que estou perdida...???
Estou a desesperar minha amiga, simplesmente, porque só tenho vontade de fugir daqui, de voltar ao passado, de ficar no presente, de sonhar com futuros, que cada vez mais, se encontram mais distantes e , como tal mais impossíveis de concretizar...
Achas Mariana que os segredos deste mundo são bem mais complicados e preocupantes que áqueles que conto?? Não sei, eu não sei Mariana...
Mafalda Borges
Olá Mariana,
Há muito que não te escrevo, aos poucos tenho perdido não só o tempo para mim, como também, tenho perdido a minha essência... Não te sei o que dizer, apenas, que me encontro completamente perdida... perdi-me em notas musicais que apenas fazem ruído e agora encontro-me num beco sem saída... Não posso voltar para trás e não tenho como continuar para a frente... Se te dissesse que sou feliz, mentia-te, mas também, não te posso dizer que sou infeliz, estaria a mentir....
Sou feliz quando tenho o meu porto de abrigo ao meu lado, em todos os sentidos, sem ele perco agora a noção do que, até é sorrir com alma, com vontade.
Apaixonei-me por notas musicais que não têm nexo, mas continuo a amar o homem que escolhi para a minha vida... e agora vivo com este segredo, vivo com este tormento de estar só quando ao meu lado não o tenho... e em cinco minutos, ou menos, talvez, perco-me por becos e ruelas que desconhecia...
Já não sou livre, as minhas asas estão presas e isso confunde-me, preocupa-me, mas ao mesmo tempo, continuo com vontade de as prender... por isso, Mariana, responde-me, o que é isto, tu que normalmente sentes as minhas palavras e lês o meu destino nesta minha alma de gaivota, diz-me que rumo hei-de agora dar ao meu vôo, porque, Mariana, eu já não sei!
Mariana, já nem sei que segredos tens tu... ando tão preocupada com os meus que já não consigo raciocinar e nem sequer analisar o mundo que me rodeia.... então, não te digo eu que estou perdida...???
Estou a desesperar minha amiga, simplesmente, porque só tenho vontade de fugir daqui, de voltar ao passado, de ficar no presente, de sonhar com futuros, que cada vez mais, se encontram mais distantes e , como tal mais impossíveis de concretizar...
Achas Mariana que os segredos deste mundo são bem mais complicados e preocupantes que áqueles que conto?? Não sei, eu não sei Mariana...
Mafalda Borges
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