sábado, abril 21, 2007

«A Casa da Maffy - a descoberta de um segredo, dentro do meu mundo secreto»

Querida Mariana,
Hoje não faço apenas um esboço de uma história, com medo de me sair algo mais que "secreto". todos nós temos os nossos segredos e cada vez mais descubro isso. hoje faço mais que um balanço de vida, de um dia, de uma semana, faço o resumo de um reflexo. reflexo que não deixa de ser da minha pessoa, algo que vi ao espelho da vida e não gostei. descobri que as pessoas são uma ilusão, todos somos uma ilusão, todos somos algo que não existe. nesta vida já apanhei muitos mentirosos e mentirosos, já apanhei pessoas de todo o tipo e desilusões com todo o tipo de pessoas que me iludiram, no entanto, a verdade, por mais dura que seja, é que somos todos iguais e que o mundo, a sociedade é a consequência, o reflexo daquilo que somos e não daquilo que aparentamos ser metade dos nossos dias. as capas todos nós usamos, uns mais que os outros e uns de uma maneira bem menos honesta que outros, com isto não quero aplaudir à perfeição. tal ideal não existe, com isto não me quero pintar como uma pessoa sem pecados, sem segredos, apenas quero registar mais uma descoberta, mais uma lição, para que tu, nem eu, nem ninguém a esqueça.
fico por aqui a pensar até onde levar-me-ia o desespero? depois de tudo o que até hoje já provei será que seria capaz de trair como já fui traída? não falo em traição passional, não é isso que me preocupa. acho até que será realista de minha parte, confessar-te, portanto, que esta traição foi essencialmente causada pela minha ingenuidade. se até hoje poderia falar contigo e ensinar-te que todos devemos ser tratados de uma forma idêntica, a partir de hoje posso garantir-te que há muita gente nesta minha vida que sofrerá as consequências desta minha quebra e deste meu novo acordar. o medo de voltar a cair na ingenuidade é tão grande que agora tratarei muita gente de um modo diferente, afinal são de mim diferentes, desde género a classe. talvez hoje me declare um bocadinho "snob" em relação a certas coisas, talvez assim não corra tantos riscos. acho que prefiro mesmo ser conhecida por "snob", por arrogante, do que ser tratada como burra, do que confiar em pessoas que nem um sorriso de simpatia meu merecem.
Até breve,
Mafalda Borges

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