«A casa da Maffy»
- Um sorriso às vezes é um esconderijo -
Hoje depois da nossa conversa, sinto-me ainda mais confusa,... estou farta de questões... quero um novo amor e daqueles que trazem soluções... Percebe que preciso de atenção, que no meio de tanta gente eu sinto-me só... percebe que eu necessito de carinho... às vezes basta apenas um olhar, só o simples dar as mãos dá-me força para continuar... porque só aí tenho a certeza que afinal não estou assim tão sozinha...Sei que cada qual tem o seu tempo e sei que tenho de respeitar, mas a verdade é que até hoje não tive ninguém que se preocupasse com o meu tempo... não tive ninguém que mesmo ao longe sentisse que eu precisava de ajuda... preciso de saber que existo, preciso de sentir que me queres...
Custa-me reconhecer esta dependência que tenho da opinião e dos sentimentos das outras pessoas, custa-me tanto como reconhecer que a minha droga são as letras...eu só quero ser livre, voltar a ser feliz e a sorrir... como sorria antes de ter esta conversa contigo hoje, porque tinha conseguido afastar-te um pouco da minha mente... queres sair da minha vida mas ao mesmo tempo fazes questão de mostrar que estás lá presente.
Hoje, já não sei o que vale a pena... porque a nossa conversa, ou melhor o teu monólogo!, porque o que interessava era tu falares e mesmo não dizendo tudo, dizendo alguma coisa... porque isso a que tu chamaste de conversa, não me trouxe soluções... e eu estou farta de descobrir soluções para a minha vida sozinha... toda a gente precisa de uma bengala, por vezes, outrora também eu precisei já e também a tive... agora quero-te a ti, quero poder cansar-me com alegria mas descansada ao mesmo tempo porque sei que te tenho para me abraçar quando preciso de descansar, quando preciso de ser mimada... quero poder sentir que posso andar de olhos fechados, porque sei que ao meu lado estás... a dar-me as mãos e a conduzir-me por um bom caminho...
Hoje sei que preferia um beijo como adeus, para ao menos ficar com uma boa recordação tua... porque já não sei sequer o que pensar de ti,... porque na minha vida estou farta de despedidas... não sinto que a vivo em pleno, mas sim que ela me escapa por entre os dedos,.... não quero voltar ao passado em que me enclausuro, em que não quero ver ninguém, mas sinto que está a acontecer, porque não aguento tanta actividade, não aguento tudo ao mesmo tempo e acho um tédio quando estou parada...
Num ano de lucidez consegui compreender-me ... e conhecer-te foi deitar esse trabalho todo fora, pois agora já de nada tenho a certeza... nem sei se estou viva, ou se estou morta.
E um sorriso é sempre sincero... mesmo quando seja para esconder algo, o meu esconde o ser infeliz que hoje, depois da nossa conversa, me sinto!
Mafalda Borges
29-03-2006
E que aqui voem almas e corações, palavras e sentimentos, sonhos e pesadelos.. e que aqui voe a Vida!
quinta-feira, março 30, 2006
quarta-feira, março 29, 2006
Apaixonada
apaixonada
a vida levanta-se
ergue-se com a própria vida
salta, pincha
feliz da vida
brinca com as palavras
és apaixonada
és o ser que tu és...
simplesmente porque tens vida
e esse homem que tu amas
homem por quem outrora,
trocaste a vidaesse homem
que te trouxe à vida
esse homem perde-se
perde-se na tua vida
tu, iludida e apaixonada
surgem-te outros
e tu ama-los à tua maneira
mas a jura de tempos passados
mantém-se
a jura da tua vida
deste a vida em nome do amor
obsessão desalmada
perdeste alma
perdeste alegria
por ele
e ironia,
foi ele que te trouxe de novo à vida
Mafalda Borges
28 de Março de 2006
a vida levanta-se
ergue-se com a própria vida
salta, pincha
feliz da vida
brinca com as palavras
és apaixonada
és o ser que tu és...
simplesmente porque tens vida
e esse homem que tu amas
homem por quem outrora,
trocaste a vidaesse homem
que te trouxe à vida
esse homem perde-se
perde-se na tua vida
tu, iludida e apaixonada
surgem-te outros
e tu ama-los à tua maneira
mas a jura de tempos passados
mantém-se
a jura da tua vida
deste a vida em nome do amor
obsessão desalmada
perdeste alma
perdeste alegria
por ele
e ironia,
foi ele que te trouxe de novo à vida
Mafalda Borges
28 de Março de 2006
A casa da Maffy
«A casa da Maffy»
só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...saber que estou viva, saber que escrevo, não para mostrar, mas para existir... cada pessoa tem a sua condição de vida, a minha é escrever, viver agarrada ao papel, à caneta, na geração da informática, ao computador... a minha droga são as letras... é a explosão da minha pessoa, o vôo raro da ave que em mim brota... escrever... mas o que é isto??? O que é para ti escrever?? Senão um limite imposto à tua condição humana... "cada qual nasce com o seu karma...."
"aguenta-te, pois o teu destino são as letras, nãos as faças revoltarem-se, pois abandonam-te... "e abandonaram... e depois voltaram, aos poucos, como se eu mesma tivesse cometido um crime contra elas... cometeste não?? será que reconheceres que elas te impõem uma vida sob a qual tu às vezes não tens escolha?? será que elas mandam assim tanto ou só mandam porque tu deixas??
talvez tu não percebas o que dizes... é de loucos, falas de ti para ti... grita.. liberta-te, porque afinal.. ao cair da noite, as letras voltaram ao teu encontro para tu voares...
e que vôo este, pois tu hoje nada percebes e não queres perceber... pensas que não sei... pensas que não sinto a tua divisão...a divisão entre dois mundos, entre dois homens e entre as duas mulheres que nascem em ti... e o que é isto?? senão a tua casa, ?? o teu ponto de partida e, por fim, já à noitinha, o teu ponto de chegada... é chegada a hora de fechares em ti a revolução... evitares o ponto de ebulição... e portanto, amiga, não vás por esse caminho... guarda essa emoção, essa explosão, talvez mais tarde necessites dela... pensa no mar... que hoje só a ideia te acalma... mas afinal, o mar para ti nunca foi refúgio, mas sim inimigo... o mar traz-te a nostalgia de mulher-menina sofrida que outrora já foste... o mar traz-te a revolta de um passado que te escapou das mãos sem tu teres poder de decisão e por fim o mar traz-te as lágrimas, a perdição e a morte.... não vagueies pela areia... nunca gostaste dela... não gostas de sujar a roupa, nem os sapatos... nem as mãos... e queixas-te porque não tens escolha da vida que levas nem da pessoa que és... no entanto, deixas os outros decidirem sempre tudo e portanto, vão decidindo a tua vida aos poucos, um bocadinho aqui, outro ali e outro acolá... cresceste, passaram quase vinte anos, mulher te tornaste, mantendo a menina da indecisão e quando te decides, vens tarde...
só nestas linhas é que ganhas energia para mais um dia que se aproxima... não queres sofrer amanhã... queres poder dizer que sim, decidiste no momento certo!
só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...sabes que estás viva, sabes que escreves, que gritas no papel as tuas dores, que te revoltas contra as tuas feridas e te voltas a calar... e a renascer!
"cada qual nasce com o seu karma...."
Mafalda Borges
28 de Março de 2006
só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...saber que estou viva, saber que escrevo, não para mostrar, mas para existir... cada pessoa tem a sua condição de vida, a minha é escrever, viver agarrada ao papel, à caneta, na geração da informática, ao computador... a minha droga são as letras... é a explosão da minha pessoa, o vôo raro da ave que em mim brota... escrever... mas o que é isto??? O que é para ti escrever?? Senão um limite imposto à tua condição humana... "cada qual nasce com o seu karma...."
"aguenta-te, pois o teu destino são as letras, nãos as faças revoltarem-se, pois abandonam-te... "e abandonaram... e depois voltaram, aos poucos, como se eu mesma tivesse cometido um crime contra elas... cometeste não?? será que reconheceres que elas te impõem uma vida sob a qual tu às vezes não tens escolha?? será que elas mandam assim tanto ou só mandam porque tu deixas??
talvez tu não percebas o que dizes... é de loucos, falas de ti para ti... grita.. liberta-te, porque afinal.. ao cair da noite, as letras voltaram ao teu encontro para tu voares...
e que vôo este, pois tu hoje nada percebes e não queres perceber... pensas que não sei... pensas que não sinto a tua divisão...a divisão entre dois mundos, entre dois homens e entre as duas mulheres que nascem em ti... e o que é isto?? senão a tua casa, ?? o teu ponto de partida e, por fim, já à noitinha, o teu ponto de chegada... é chegada a hora de fechares em ti a revolução... evitares o ponto de ebulição... e portanto, amiga, não vás por esse caminho... guarda essa emoção, essa explosão, talvez mais tarde necessites dela... pensa no mar... que hoje só a ideia te acalma... mas afinal, o mar para ti nunca foi refúgio, mas sim inimigo... o mar traz-te a nostalgia de mulher-menina sofrida que outrora já foste... o mar traz-te a revolta de um passado que te escapou das mãos sem tu teres poder de decisão e por fim o mar traz-te as lágrimas, a perdição e a morte.... não vagueies pela areia... nunca gostaste dela... não gostas de sujar a roupa, nem os sapatos... nem as mãos... e queixas-te porque não tens escolha da vida que levas nem da pessoa que és... no entanto, deixas os outros decidirem sempre tudo e portanto, vão decidindo a tua vida aos poucos, um bocadinho aqui, outro ali e outro acolá... cresceste, passaram quase vinte anos, mulher te tornaste, mantendo a menina da indecisão e quando te decides, vens tarde...
só nestas linhas é que ganhas energia para mais um dia que se aproxima... não queres sofrer amanhã... queres poder dizer que sim, decidiste no momento certo!
só nestas linhas me sinto em casa, só isto me faz sentir bem e plenamente feliz...sabes que estás viva, sabes que escreves, que gritas no papel as tuas dores, que te revoltas contra as tuas feridas e te voltas a calar... e a renascer!
"cada qual nasce com o seu karma...."
Mafalda Borges
28 de Março de 2006
O Amanhã
o que me reserva o amanhã?
a flor do jardim sorrio sol sorrio amanhã sorri
mas o medo continua...
o que me reserva esse amanhã?
espero ansiosa a decisão de um mundo que quero
não não quero
não por medo
não é medo
não é indecisão
não é capricho
mas não quero
não te quero adorar
o meu coração não pode ser de dois
não aguento tamanha ...não sei o nome...
revoluciono-me
desmonto-me em peças
tento decifrar a minha razão e a minha paixão
não consigo e por isso,
sento-me e fico à espera...
do que me reserva o amanhã!
Mafalda Borges
28-03-2006
a flor do jardim sorrio sol sorrio amanhã sorri
mas o medo continua...
o que me reserva esse amanhã?
espero ansiosa a decisão de um mundo que quero
não não quero
não por medo
não é medo
não é indecisão
não é capricho
mas não quero
não te quero adorar
o meu coração não pode ser de dois
não aguento tamanha ...não sei o nome...
revoluciono-me
desmonto-me em peças
tento decifrar a minha razão e a minha paixão
não consigo e por isso,
sento-me e fico à espera...
do que me reserva o amanhã!
Mafalda Borges
28-03-2006
O tempo da separação
A perda de amigos, ou daqueles a quem chamamos amigos, faz-nos sempre pensar o que estivemos nós a fazer durante anos a fio... Não encontro justificação para ter semado uma amizade quando esta acaba... O porquê de perder esse tempo todo, com alguém a quem não servimos, ou que não nos serve... Logo na nossa sociedade onde o tempo não tem tempo, onde não há tempo para nada, mas a verdade é que temos sempre tempo para aquele a quem chamamos de amigo... E depois o tempo traz-nos o infortúnio da separação, às vezes por desavenças horríveis outras vezes apenas por já não haver uma partilha de opinião... A pergunta que eu, portanto, coloco, é para quê gastar esse tempo com quem, talvez não mereça e não aceita que tenhamos uma opinião diferente... a questão mantém-se, porque nunca sabemos quem merece o gastar desse tempo e quem não merece.Digo isto porque tive novamente uma má experiência com uma suposta amizade, não digo nomes, pois acho que não vale a pena entrar por um campo de retaliação brutal, acho apenas que mereço um desabafo... Perdi tanto do meu tempo, não por obrigatoriedade, mas sim por amizade, com esta amiga, para no entanto ela levar a mal o que disse, só por ter uma opinião diferente, só por ser sincera e directa e só por dizer mesmo que não aprovava a decisão que tomou... Acho que se fosse ao contrário eu saberia respeitar... Não me quis parecer intrometida, muito menos quis parecer "dona da vida dela", mas a verdade é que afinal fui eu que estive o tempo todo do lado dela e senti-me decepcionada... pois o tempo que perdi, pareceu não ter sido útil...
Por isso pergunto, para que nos serve o tempo nesta situação, para nos magoar ao relembrarmos o que vivemos?? Para sofrermos ainda mais com as separações? Já não sei responder às questões, talvez nunca tenha sabido.Caracterizo o tempo da separação, como algo ingrato e inútil, porque afinal não há um tempo para a separação, é algo rápido, instantâneo... O que perdura são as memórias... O tempo manda nas memórias e as memórias no sofrimento ou no contentamento... Será que desta vez arranjei resposta para esta questão? Sinto-me confusa... Talvez eu não saiba já para que serve nem o tempo, nem as memórias, nem a separação, talvez até, nem a amizade...
Mafalda Borges
27-03-2006
Por isso pergunto, para que nos serve o tempo nesta situação, para nos magoar ao relembrarmos o que vivemos?? Para sofrermos ainda mais com as separações? Já não sei responder às questões, talvez nunca tenha sabido.Caracterizo o tempo da separação, como algo ingrato e inútil, porque afinal não há um tempo para a separação, é algo rápido, instantâneo... O que perdura são as memórias... O tempo manda nas memórias e as memórias no sofrimento ou no contentamento... Será que desta vez arranjei resposta para esta questão? Sinto-me confusa... Talvez eu não saiba já para que serve nem o tempo, nem as memórias, nem a separação, talvez até, nem a amizade...
Mafalda Borges
27-03-2006
quarta-feira, março 22, 2006
Envolvidos na solidão
----- Envolvidos na solidão -----
Senti necessidade de ser abraçada e vi que não tinha ninguém... é complicado quando por nós damos envolvidos em tamanha solidão... promessas de amigos sempre presentes que desapareceram num abrir e fechar de olhos... promessas de amores impossíveis e, por vezes, ilusórios...Cheguei a casa e abracei intensamente a ideia de me deitar..."ESTOU FARTA! FARTA DE À NOITE SER EU NA CAMA... MAS DURANTE O DIA SER OBRIGADA A USAR CAPA... ESTOU FARTA DE SER PARA TODOS O QUE NINGUÉM É PARA MIM...!"E a minha cabeça está confusa... parece que o sentimento passado, a raiva, a sensação de insignificância quer voltar... ASFIXIO... sem ninguém para entender o meu pedido de socorro, sinto-me morta, completamnte destruída.Cada vez mais isolada... acordei igual hoje, apenas com uma vontade ainda maior de não me levar, um apetite ainda bem mais forte de não mais viver... e pior que todas as mentiras que até hoje me disseram, pior que todas as palavras de ódio que até hoje me proferiram, pior que tudo isso, é agora o medo que habita em mim... um medo intenso de voltar a sorrir, um medo de viver.Então pensei, que talvez escrevendo, isto me passasse e eu me sentisse, quiçá, mais livre, mais sorridente, mas não, foi apenas mais uma ilusão... Parece que a minha zanga com as letras também continua... Porquê?Sinto-me só... ainda mais só depois de escrever, apercebendo-me que este computador é o único que posso abraçar... Mesmo as letras estando zangadas comigo.E de repente, ai esta instabilidade de personalidade!, de repente sinto um vazio que existe em mim... depois de uma revolução de sentimentos tão grande... depois de uma solidão imensa... agora para além de me sentir só, sou só... não no sentido em que o meu espírito ficasse mais liberto... porque não está... esse já morreu, também de tristeza e totalmente asfixiado.
Podia dizer que injustiça é sentir que sou um ser vazio, que até uma molécula seria mais preenchida que eu, mas aí sim!, seria uma tremenda e horrível injustiça, eu utilizar este termo, para pintar a minha vida mórbida e só... Injustiça é o que se passa lá fora... na Guerra do Iraque, onde centenas e centenas de inocentes morrem, às custas da ganância extrema de um homem que se diz Presidente de uma Democracia, mas que não passa de um Ditador... de um bélico... Injustiça é o que se passa no nosso país... que parece não evoluir, onde os grandes violam os pequenos, nem que seja apenas em pensamento... Onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e onde no fim, há duas facções na televisão, aquele bicho que monopoliza as pessoas, que as torna ainda mais burras e sedentárias, há aquele que vem falar com uma preocupação notavelmente teatral, dizendo, que "a crise está cada vez pior e que temos que nos unir" e aquele que vem dizer publicamente, "Não meus amigos, a Crise é psicológica!Não a deixem entrar na vossa mente!"...Injustiça, é o rácio de crianças que morrem no continente africano, por causa de doenças, por causa da fome e nós aqui no ocidente a comer do bom e do melhor, não preocupados e deitando, por vezes, a comida fora... ora, isto, já é cinismo... o que vamos fazer com essa comida que já não nos apetece? embalar e enviar... Meus amigos, agora é a minha vez de utilizar esta expressão, isso Não!, isso é mesmo cinismo... são pessoas como nós... merecem que as respeitemos!Por isso, se eu utilizasse o termo "injustiça" para descrever o vazio do meu ser, estava a enchê-lo de um egocentrismo, que não posso ter, pois nada sou, nem ninguém! Estava a ser imensamente egoísta e isso iria esvaziar ainda mais o vazio do meu ser...
Nada vou dizer, vou arrastar-me para o sofá e esvaziar o meu ser de letras zangadas, de vidas cheias de injustiça, da minha vida!
Mafalda Borges21-03-2006
Senti necessidade de ser abraçada e vi que não tinha ninguém... é complicado quando por nós damos envolvidos em tamanha solidão... promessas de amigos sempre presentes que desapareceram num abrir e fechar de olhos... promessas de amores impossíveis e, por vezes, ilusórios...Cheguei a casa e abracei intensamente a ideia de me deitar..."ESTOU FARTA! FARTA DE À NOITE SER EU NA CAMA... MAS DURANTE O DIA SER OBRIGADA A USAR CAPA... ESTOU FARTA DE SER PARA TODOS O QUE NINGUÉM É PARA MIM...!"E a minha cabeça está confusa... parece que o sentimento passado, a raiva, a sensação de insignificância quer voltar... ASFIXIO... sem ninguém para entender o meu pedido de socorro, sinto-me morta, completamnte destruída.Cada vez mais isolada... acordei igual hoje, apenas com uma vontade ainda maior de não me levar, um apetite ainda bem mais forte de não mais viver... e pior que todas as mentiras que até hoje me disseram, pior que todas as palavras de ódio que até hoje me proferiram, pior que tudo isso, é agora o medo que habita em mim... um medo intenso de voltar a sorrir, um medo de viver.Então pensei, que talvez escrevendo, isto me passasse e eu me sentisse, quiçá, mais livre, mais sorridente, mas não, foi apenas mais uma ilusão... Parece que a minha zanga com as letras também continua... Porquê?Sinto-me só... ainda mais só depois de escrever, apercebendo-me que este computador é o único que posso abraçar... Mesmo as letras estando zangadas comigo.E de repente, ai esta instabilidade de personalidade!, de repente sinto um vazio que existe em mim... depois de uma revolução de sentimentos tão grande... depois de uma solidão imensa... agora para além de me sentir só, sou só... não no sentido em que o meu espírito ficasse mais liberto... porque não está... esse já morreu, também de tristeza e totalmente asfixiado.
Podia dizer que injustiça é sentir que sou um ser vazio, que até uma molécula seria mais preenchida que eu, mas aí sim!, seria uma tremenda e horrível injustiça, eu utilizar este termo, para pintar a minha vida mórbida e só... Injustiça é o que se passa lá fora... na Guerra do Iraque, onde centenas e centenas de inocentes morrem, às custas da ganância extrema de um homem que se diz Presidente de uma Democracia, mas que não passa de um Ditador... de um bélico... Injustiça é o que se passa no nosso país... que parece não evoluir, onde os grandes violam os pequenos, nem que seja apenas em pensamento... Onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e onde no fim, há duas facções na televisão, aquele bicho que monopoliza as pessoas, que as torna ainda mais burras e sedentárias, há aquele que vem falar com uma preocupação notavelmente teatral, dizendo, que "a crise está cada vez pior e que temos que nos unir" e aquele que vem dizer publicamente, "Não meus amigos, a Crise é psicológica!Não a deixem entrar na vossa mente!"...Injustiça, é o rácio de crianças que morrem no continente africano, por causa de doenças, por causa da fome e nós aqui no ocidente a comer do bom e do melhor, não preocupados e deitando, por vezes, a comida fora... ora, isto, já é cinismo... o que vamos fazer com essa comida que já não nos apetece? embalar e enviar... Meus amigos, agora é a minha vez de utilizar esta expressão, isso Não!, isso é mesmo cinismo... são pessoas como nós... merecem que as respeitemos!Por isso, se eu utilizasse o termo "injustiça" para descrever o vazio do meu ser, estava a enchê-lo de um egocentrismo, que não posso ter, pois nada sou, nem ninguém! Estava a ser imensamente egoísta e isso iria esvaziar ainda mais o vazio do meu ser...
Nada vou dizer, vou arrastar-me para o sofá e esvaziar o meu ser de letras zangadas, de vidas cheias de injustiça, da minha vida!
Mafalda Borges21-03-2006
Subscrever:
Comentários (Atom)