É de rir... nunca tive um Natal como igual... E este não foi excepção à regra, tudo foi diferente... o desapego (?) que senti logo desde o início... a distância... para mim não era Natal, só dias antes é que o bichinho me mordeu, lá fui eu as compras e só no dia 23 é que montei a árvore...
Dia 24, foi um dia... um dia a mais na minha vida... passei-o fora de casa, um pouco irritada com o mundo, porque tinha discutido com o Pedro na noite anterior... Algo que ultimamente já é considerado o nosso "normal" estar sempre a discutir...
Na noite de Consoada fez-se o Jantar e foi-se para a mesa... bebeu-se, riu-se.. enfim, tentei esquecer por momentos a pessoa melancólica que era naquele dia e consegui... arrumámos tudo depois de jantar e abriu-se um jogo de monopólio que nos permitiu uma grande diversão e união, nem que tenha sido por momentos... o jogo acabou por fim, quase já por volta das duas da manhã... e foi aí, só aí que se abriram os presentes... com uma rapidez fugaz pois eu estava atrasada para ir ter com os meus amigos e tentar acabar a minha noite de Consoada em grande...
E lá fui eu até ao barco.... Porto Rio, um sítio que já assistiu ao melhor de mim, ao pior de mim e ao meu intermédio...parecendo impossível é verdade... Sabia que o Pedro ia estar lá, sabia que não nos íamos falar... não depois de Sexta Feira termos discutido e eu ter dito o que disse... mas quanto mais chegava a altura de eu entrar lá... mais eu tremia que nem uma vara verde... e o meu coração batia de forma bem mais acelerada como se eu tivesse acabado uma maratona... a verdade é esta e não estou a utilizar a "imaginação" de escritora que dizem que eu tenho!!! Finalmente entrei... na fila... para pagar o bilhete, acendi o cigarro para ver se me acalmava, mas de nada serviu... entrei... vi logo os meus amigos e fui logo ter com eles, acendi novo cigarro e fui ao bar buscar uma cerveja, sabia que ele estava lá ao canto com os amigos deles, sabia que ele já me tinha visto e que ele também sabia que eu já o tinha visto, confesso que só me apetecia correr para os braços dele, beijá-lo e chorar que nem uma menina... depois de tanto tempo não somente o continuo a amar como também ainda estou apaixonada... ignorámo-nos... voltei para ao pé dos meus amigos, mais um cigarro... risos falsos, condizentes com os nervos que sentia... tudo me soava a falso, tremia que nem uma vara verde... até que a Mariana encorajou-me... (depois de duas cervejas e cinco cigarros) fui ter com ele... a tremer e a fumar...
Cumprimentámo-nos e eu comecei a desbobinar, tudo o que a Mariana me tinha ditosegundos antes, parecia um papagaio, mas eu não conseguia pensar noutra alternativa, estava muito nervosa... acho que nunca me senti assim, aliás tenho a certeza que nunca senti que podia desatar a chorar a qualquer momento, nunca senti aquela vontade de agarrar alguém como senti naquela noite... disse que apesar de tudo o que tinha acontecido e de tudo o que eu tinha dito eu lhe desejava um Feliz Natal, disse que não queria passá-lo zangada com ele... ele lá aceitou as minhas desculpas... falámos um pouco mas eu estava tão nervosa que tão depressa entrou como saiu... voltei para a mesa... e aí foi quando chegou a "bomba"... a Andreia virou-se para mim e disse que o Nuninho tinha acabado de chegar... não ouvi, mas a Mariana repetiu e eu num ápice, como que hipnotizada, levantei-me da cadeira e procurei-o, não foi difícil... Natal estranho... já não nos víamos há imenso tempo... e a verdade é que a magia entre nós parecia querer-se manter... agora mais da parte dele que da minha... levei-o à parte da cima para ele ver a Mariana e a Andreia e depois voltámos a descer... só me lembro de ele me beijar mesmo em frente ao homem que eu amo e o Pedro viu.. apesar de ter desviado a cara e esquecer-se... nunca ninguém me tinha roubado um beijo (pelo menos não assim), nunca... e a verdade é que a Magia que há entre mim e o Nuninho, vem de algo cósmico, platónico, aquele beijo do nada não teve sentido... mexeu comigo apenas para me colocar mais nervosa com medo da reacção do Pedro, da opinião dele, que pelos vistos não foi nenhuma pois disso nunca falou...
Os meus amigos foram-se embora... passei o resto da noite com o Pedro, depois do beijo do Nuninho, afastei-me e fugia de estar perto dele...
Foi um Natal... muito estranho... um Natal que me fez ir ás nuvens (o resto morrerá comigo) mas ainda nesse dia voltei para o chão...
Estranho.. mas bom, apesar de momentâneo...
Um beijo
Mafalda Borges
3 comentários:
Bom, é caso para dizer que mais vale tarde do que nunca. O que interessa é viver o natal nem que se começe no mesmo dia. Gostei do teu blog. Beijinhos.
Bem mais vale tarde do que nunca. Nem que se começe a viver o natal no próprio dia. Gostei do teu blog.
Beijinhos
Obrigada! e sim concordo contigo : mais vale tarde do que nunca... apesar de que às vezes mais valia ser nunca!
Obrigada por teres vindo cá... e espero que já que gostaste assim tanto... (sem querer parecer convencida..) voltes depressa para leres o próximo capítulo...
um beijo,
Mafalda Borges
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